Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que é inflação. E isso faz muito sentido, pois seus efeitos podem fazer com que as compras do supermercado fiquem menores, mesmo com a mesma quantidade de dinheiro gasto. Não há muito tempo, nosso país viveu períodos difíceis com a inflação, e saber como se proteger dela é mais do que uma obrigação.

Este artigo explica melhor do que se trata esse mal tão temido. Ao ler o artigo, você conhecerá um pouco mais sobre o conceito e as causas da inflação. Saberá quais são seus principais índices e como proteger o seu dinheiro dela. Por fim, verá que existem aplicações que rendem conforme a inflação aumenta.

Acompanhe o artigo na íntegra e faça uma boa leitura!

O que é inflação?

A inflação é um conceito simples, mas que tem um poder muito lesivo sobre a economia de um país se não for conduzida de forma adequada por seu governo. Ela faz referência ao aumento de preços em determinado período, o que ocasiona a perda do poder de compra do dinheiro da nação. É dever da política monetária mantê-la sempre sob controle.

Assim, anualmente, é necessário que haja uma reposição salarial para refletir o aumento dos ganhos que compensará as perdas decorrentes da inflação. Quando isso não acontece, ou acontece em um baixo grau, a população acaba sofrendo ao comprar menos itens com a mesma quantidade de dinheiro.

Existem diversos fatores que podem influenciar no aumento da inflação. Políticas econômicas que visam à injeção de liquidez no mercado, crises e aumento de desemprego são variáveis que interferem nos níveis da inflação de um país.

Como a inflação ocorre na prática?

De forma geral, a inflação é caracterizada pelo aumento contínuo de preços. Isso quer dizer que apenas uma pressão inflacionária pontual pode não caracterizar um aumento na inflação, pois é preciso que haja continuidade no crescimento de preços. Isso é o que se vê quando comparamos a capacidade de compra de R$ 100,00, há 10 anos e agora.

Além disso, o aumento de produtos insubstituíveis mostra como a inflação ocorre na prática. Esse é o caso da elevação do preço dos combustíveis, por exemplo. Não é possível substituir o uso de gasolina ou do diesel, e, assim, tudo que depende de transporte terá seu valor aumentado.

Outro bom exemplo de item insubstituível é o leite. Quando o ICMS aumenta sobre esse produto, seu valor ao consumidor final também se eleva. Como ele não pode ser substituído, a única opção restante é deixar de consumi-lo, simplesmente. Essa talvez seja uma das facetas mais cruéis da inflação ao reduzir o consumo das famílias pela incapacidade de comprá-los.

Vale ressaltar que um aumento pontual de algum item que compõe um índice inflacionário não caracteriza a inflação necessariamente. É preciso que essa elevação de preços seja generalizada. Isso causará um impacto em toda a sociedade e a perda do poder de compra do dinheiro. Isso, sim, pode ser chamado de inflação.

Quais são os fatores determinantes da inflação?

Existem muitas variáveis que influenciam na fixação dos níveis da inflação. As regras de mercado são sensíveis, e um movimento pequeno pode impactar a economia de forma abrupta. Acompanhe, a seguir, 3 fatores principais que determinam o nível da inflação. Confira.

Choques de oferta na economia

A lei da oferta e demanda é uma forte variável para definir se a inflação aumenta ou diminui. Quanto mais pessoas comprando, mais os itens tendem a ficar escassos. Assim, ocorre uma elevação natural dos preços porque muita gente está buscando fazer a compra.

Isso geralmente acontece quando a economia está aquecida. Situações desse tipo ocorrem em cenários de pleno emprego. As famílias passam a ter uma renda maior e, portanto, compram mais. Trata-se de um ciclo da economia, um dos momentos mais prósperos que as pessoas vivem.

Custos de produção

Outro importante fator para o aumento da inflação é uma elevação nos custos de produção dos itens primários da economia. Quando uma indústria paga mais pelos insumos de que necessita para produzir, o preço final dos itens fabricados tende a subir.

Isso ocorre por uma lógica natural de mercado. O negócio não se dispõe a absorver esses custos, pois isso enxugaria sua margem de lucro. Assim, ele repassa o aumento para o consumidor. Isso se traduz na elevação dos preços e, consequentemente, no crescimento da inflação.

Política monetária

Por fim, temos também a política monetária do país. De acordo como ela é conduzida, poderá impactar positiva ou negativamente na inflação. Esse é, inclusive, um dos mecanismos disponíveis ao governo para fazer o controle da inflação, pois as consequências podem ser trágicas se ela sair do controle.

Dessa forma, o governo pode decidir por injetar liquidez no mercado baixando as taxas de juros. Isso eleva a atividade econômica e impulsiona o consumo das famílias, já que o crédito ficará mais barato. No entanto, isso causa uma procura maior, e os preços se elevam naturalmente. Se a inflação ficar alta demais, será necessário que esse mesmo governo retire liquidez do mercado.

Quais são os principais indicadores dessa variável macroeconômica?

Existem diversos indicadores usados para medir a inflação no país. Entre eles, os principais são o IPCA, o IGP-M e o INPC. Veja, a seguir, um breve descritivo de cada um deles para que você fique mais bem informado. Acompanhe.

IPCA

A sigla IPCA quer dizer Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é o principal indicador da inflação no país, usado pelo Banco Central como medida oficial. Além disso, o governo usa o IPCA para identificar se a meta da inflação está sendo alcançada. O índice é calculado pelo IBGE todos os meses, e sua divulgação mensal compõe a inflação acumulada em certo período, como 12 meses.

IGP-M

Já o IGP-M é um indicador que concentra o desempenho de outros indicadores, como o IPC, o IPA e o INCC. Ele é calculado pela Fundação Getúlio Vargas, a FGV, e serve como o principal índice utilizado no reajuste dos contratos de aluguéis do país. Sua coleta é feita sempre entre os dias 21 e 20 de meses subsequentes.

INPC

O INPC é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Ele também é calculado pelo IBGE, similar ao IPCA. Só que há uma diferença considerável: enquanto o IPCA é um índice "amplo" e considera o consumo de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, o INPC considera o consumo de famílias de baixa renda, com percepção entre 1 e 5 salários mínimos.

Como a inflação impacta os negócios?

A inflação consegue trazer sérios danos para determinado negócio. Ao ter seus custos de produção aumentados, uma unidade industrial tende a repassar esse aumento. Em contrapartida, pode ser que os consumidores se neguem a continuar comprando.

Logicamente, as vendas do negócio cairão. Se for uma queda profunda, a companhia pode entrar em crise e começar a demitir funcionários. O consumo cairá mais ainda, e uma crise generalizada pode instalar-se na economia. Assim, controlar a inflação é extremamente necessário para não causar um desastre econômico.

Como proteger o dinheiro da perda provocada pela inflação?

Quando observamos sob a ótica de proteção dos investimentos, é preciso considerar o impacto que a inflação traz aos recursos de uma pessoa. Conforme vimos, a inflação reduz naturalmente o poder de compra do dinheiro, e isso significa que ele perde valor pura e simplesmente porque o tempo passa. Por isso, é preciso contrabalancear essa estatística.

Certamente, a maneira mais eficaz de fazer isso é aportando o recurso que não será utilizado em alguma aplicação financeira. Assim, os ganhos poderão compensar as perdas, de forma que haverá um ganho nominal e um ganho real. O primeiro deles se refere ao rendimento da aplicação em si. Já o segundo diz respeito ao lucro que se obtém depois que a inflação é descontada.

Uma das melhores formas de ter ganho real é manter o dinheiro investido em alguma aplicação atrelada à inflação. Isso quer dizer que, se a inflação aumenta, o rendimento aumenta junto, preservando o poder de compra do capital e, ainda, trazendo lucro para o investidor.

Um bom exemplo são os títulos IPCA+, indexados à inflação. O Tesouro IPCA+ é um desses papéis. Ele proporciona um rendimento fixo acima da inflação. Assim, se o papel pagar IPCA+5%, quer dizer que o retorno será de 5% acima da inflação, não importa qual seja o seu patamar.

Outra boa opção do mercado de renda variável é investir em ações de negócios que tenham produtos com preço de venda atrelado à inflação. Esse é o caso das companhias de energia elétrica. Sempre que a inflação aumenta, o preço do kWh é elevado, preservando os ganhos do negócio e dos seus investidores.

Saber o que é inflação é um ótimo começo para se proteger dela. Em situações mais drásticas, a inflação pode destruir a economia de um país, pois o dinheiro pode chegar a uma desvalorização ao ponto de não comprar mais nada. Por isso é tão importante mantê-la no controle, e cidadãos atentos a isso podem cobrar melhor das autoridades governamentais que façam um bom trabalho. Além disso, podem manter seus recursos investidos em aplicações que protejam seu dinheiro.

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