Você está pensando em abrir uma empresa em sociedade ou já tem um negócio e quer chamar um parceiro? Entrar em uma sociedade pode ser bastante benéfico para os empreendedores. Diferentes aspectos acabam motivando a decisão de construir um negócio em parceria com um sócio, como a necessidade de um aporte financeiro ou de compartilhar o trabalho e as responsabilidades.

Contar com um parceiro ajuda você a ver a empresa por outros ângulos, encontrando caminhos inovadores para bons resultados. Mas há também alguns riscos na hora de abrir um negócio com um sócio, e é sobre eles que vamos falar neste post.

Se você quer saber quais são, continue a leitura do texto e descubra 6 aspectos que você deve considerar antes de abrir uma empresa em sociedade!

O que é uma sociedade?

Um negócio composto por uma sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas fazem investimentos diretos na abertura e na gestão do empreendimento. Em geral, os sócios são responsáveis pelas decisões diárias do gerenciamento de processos, pela realização de investimentos e pelas demais decisões que interferem no futuro do negócio. Esses processos de definição de rotinas são feitos de acordo com a participação no capital social do CPNJ e regulados por meio de um contrato assinado por ambas as partes.

Quais são as vantagens de abrir uma empresa em sociedade?

Apesar de ser algo que traz riscos, a abertura de uma empresa em sociedade também conta com benefícios. Justamente por isso, muitas pessoas escolhem esse caminho ao iniciar a sua vida no empreendedorismo. Os principais pontos positivos para começar um negócio com um ou mais sócios são os seguintes:

  • possibilidade de dividir a carga de trabalho com várias pessoas, o que reduz o nível de trabalho que fica acumulado ao longo do tempo;
  • não há a necessidade de pagar encargos sobre a remuneração do sócio;
  • maior número de pessoas tomando decisões, o que amplia as chances de encontrar uma resposta inovadora para desafios diários;
  • divisão do capital necessário para a realização de novos investimentos e gastos emergenciais;
  • redução das despesas gerais do negócio, especialmente as que envolvem as atividades de liderança e abertura do empreendimento;
  • maior número de pessoas pensando no futuro do negócio e avaliando os melhores caminhos para evitar riscos e erros.

Ou seja, quando há uma boa sociedade formada, a empresa terá uma chance muito maior de sucesso. Os custos sobre cada uma das lideranças cairão e, ao mesmo tempo, mais pessoas estarão focadas em tomar decisões estratégicas. Assim, será muito mais fácil manter um alto nível de competitividade.

Por que é importante ter cuidado ao formar uma sociedade?

Abrir um negócio não é algo simples. Se a escolha for por abrir uma empresa em sociedade, o processo se torna ainda mais complexo. Afinal de contas, você terá que responder por suas ações e pelas ações de seus parceiros comerciais.

Como mostraremos a seguir, escolher um parceiro comercial sem muito cuidado é algo que pode colocá-lo em uma grande situação de risco. Você terá dificuldades para enfrentar os desafios de empreender no Brasil e, ao mesmo tempo, ficará mais propenso a riscos comerciais. Ao mesmo tempo, as suas habilidades podem não se complementar, dificultando a execução de projetos e investimentos.

Por outro lado, quando a sociedade é montada com a pessoa certa, os riscos se tornam muito menores. O negócio terá várias pessoas em cargos de liderança atuando em sintonia e em busca dos mesmos objetivos. Isso tornará mais simples a execução de projetos e investimentos estratégicos: todos conseguirão tomar decisões robustas e com alto grau de alinhamento.

Ao mesmo tempo, as equipes se complementarão e as lideranças conseguirão, lado a lado, reforçar os principais diferenciais de cada membro da sociedade. Será, em outras palavras, um time quase perfeito: todos conseguirão evitar que as suas fraquezas coloquem o sucesso do negócio em risco e, ao mesmo tempo, poderão contribuir para a definição de caminhos mais inovadores e com alto grau de retorno sobre cada investimento feito.

E, se tudo der errado, o momento da separação não será complicado. Os sócios conseguirão finalizar a sua parceria sem grandes conflitos e com a certeza de que deram o seu melhor. Afinal de contas, todos trabalharão lado a lado para evitar dores de cabeça e buscar sempre a prosperidade.

Quais os tipos de sociedade existentes?

Antes de abrir uma empresa em sociedade, é importante saber quais são as opções existentes. Assim, você conseguirá escolher o modelo adequado para as suas demandas e o perfil do seu negócio. Os principais tipos existentes no Brasil são os seguintes:

  • sociedade simples, que não demanda registro na Junta Comercial e que é composta por prestadores de serviço;
  • sociedade limitada, que forma um negócio com o investimento financeiro de várias pessoas e pode, inclusive, contar com outro CNPJ na composição societária;
  • sociedade em nome coletivo, em que todos os membros respondem pelas dívidas da empresa;
  • sociedade em comandita simples, em que uma parte dos sócios lida com o capital social do negócio e a gestão administrativa;
  • sociedade comandita por ações, em que o capital é dividido por cotas;
  • sociedade anônima, em que o capital é divido por cotas que podem ou não serem negociadas na bolsa de valores;
  • sociedade cooperativa, em que ao menos 20 pessoas físicas se unem para formar um negócio;
  • sociedade em conta de participação, em que duas ou mais pessoas comercializam um produto e não há registro de firma social.

Quais são os riscos ao abrir uma empresa em sociedade?

Abrir uma empresa em sociedade, como apontamos, pode ser uma ótima ideia. Mas isso também pode representar um risco para os empreendedores. Esse tipo de cenário ocorre, principalmente, quando as pessoas que fazem parte da sociedade não estão preparadas para trabalhar lado a lado.

Os riscos que afetam uma sociedade mal formulada são variados. Confira os principais a seguir!

Não conhecer o seu perfil e o do seu sócio

Antes de entrar em uma sociedade, é preciso saber qual o seu perfil. Você está disposto a correr riscos com um empreendimento ou é mais conservador nesse sentido? Quais são as suas habilidades técnicas para o negócio? E suas qualidades de gestão? Quais características um sócio poderia ter para complementar suas habilidades?

Responder a essas perguntas te ajuda a traçar o seu perfil e a pensar em quais sócios seriam interessantes para o negócio.

Não fazer esse tipo de análise traz o risco da sociedade não funcionar por uma incompatibilidade entre você e seu sócio ou pela falta de alguma habilidade que seria necessária para o sucesso da empresa. Então, avalie se as personalidades combinam. Por exemplo, se você está disposto a correr muitos riscos e o seu sócio não, isso pode causar grandes problemas. Lembre-se de que ambos têm poder de decisão na empresa.

O autoconhecimento vai ser fundamental para entender o seu perfil e ver se você está disposto a encarar o que uma sociedade impõe, como perda de autonomia nas decisões e divisão nos lucros.

Não ter sinergia

Outro ponto a ser considerado é analisar a relação que você tem com o seu futuro sócio. Vocês já trabalharam juntos? Havia sinergia no trabalho ou não? Entrar em uma sociedade com um completo desconhecido é arriscado, mas mesmo que o possível sócio seja alguém que você conhece, analisar a relação prévia com ele é fundamental.

Além disso, para escolher o sócio, pense em quais habilidades dele complementam as suas. Se você tem perfil para a gestão e a liderança, é interessante fechar uma parceria com alguém que tenha conhecimento mais técnico, por exemplo. Por outro lado, se você tem uma ótima ideia, mas não sabe bem como executá-la, chamar alguém que saiba colocá-la em prática é uma boa pedida.

Não separar o profissional do pessoal

Tão importante quanto analisar se você e seu sócio têm habilidades e personalidades complementares é garantir uma relação de confiança, transparência e certa tranquilidade entre vocês. Muitas vezes, amigos ou familiares entram em uma sociedade e acabam trazendo para os negócios algum problema do campo pessoal, ou levam questões profissionais para as relações pessoais.

É importante separar esses dois aspectos. Se você acha que isso não é provável de acontecer, melhor repensar a parceria. O negócio em sociedade deve ser construtivo para todos os envolvidos, e o ideal é que os problemas não contaminem a relação entre as partes.

Não chegar a um consenso

É claro que você e seu sócio não terão sempre a mesma opinião, e isso pode, inclusive, ser positivo em muitos casos. Afinal, debatendo sobre os rumos da empresa, vocês podem encontrar caminhos mais criativos. Mas quando a falta de consenso é regra na sociedade, os impasses acabam sendo bastante problemáticos, impedindo que o negócio siga em frente.

Por isso é tão importante que os sócios tenham objetivos em comum para buscarem juntos as melhores alternativas e alcançarem as metas. Afinal, quando você faz parte de uma sociedade, as decisões devem ser tomadas em conjunto, a não ser que o combinado entre os sócios seja outro. Assim, avalie o quanto você está disposto a compartilhar decisões ou se o seu perfil é de querer ter autonomia total nesse sentido. Esse aspecto é decisivo para entrar ou não em uma sociedade.

Enfrentar burocracia na separação

Mesmo que você e seu sócio possam voltar atrás na sociedade, é preciso prestar contas legalmente. Aqui, podemos fazer uma analogia com o casamento. Quando um casal opta pelo divórcio, precisa oficializar o processo legalmente. Esse divórcio pode até ser amigável, mas, mesmo assim, ambas as partes vão ter algum trabalho pela frente para poder conquistar a separação definitiva.

Assim, se você e seu sócio decidirem se separar, tenha em mente que vão precisar enfrentar alguma burocracia e processos legais para oficializar o fim da parceria. Afinal, ao firmarem a sociedade, foi preciso assinar um contrato. Por falar nisso, esse documento também é ponto de atenção na hora de abrir uma empresa com um sócio. Veja a seguir!

Não prestar atenção ao contrato social

Para estabelecer uma sociedade, é preciso assinar o chamado contrato social. Aqui, você e seu sócio estabelecem as diretrizes para o funcionamento da empresa.

Cada negócio vai incluir cláusulas específicas no contrato, mas, no geral, é interessante que ele especifique a participação nos lucros de cada parte, quais são as principais funções de cada sócio no negócio, como a empresa vai funcionar e como vai ser feita a divisão dos prejuízos entre as partes.

O contrato deve ser muito claro e todos precisam estar de acordo com o que é proposto no documento para evitar conflitos futuros. Então, garanta que o contrato seja benéfico para ambas as partes envolvidas. Também é importante pensar em diferentes cenários que podem influenciar o negócio, incluindo cláusulas que já preveem esse tipo de situação.

Uma dica é revisar em detalhes o documento e contar com um especialista para auxiliar você e seu sócio no estabelecimento do contrato.

Ser um empreendedor de sucesso no Brasil não é algo simples. Todos os líderes empresariais precisam lidar com uma alta carga tributária, regulações pouco flexíveis e um mercado muito competitivo. Justamente por isso, muitas pessoas optam por abrir uma empresa com um sócio.

Mas, para ter sucesso, quem opta por abrir uma empresa em sociedade deve sempre escolher sócios alinhados com o seu perfil e objetivos. Isso garante mais potencial para o sucesso da empresa e evita todos os riscos listados no nosso texto. Por isso, não deixe de fazer um bom planejamento e de ter o apoio das pessoas certas na hora de empreender!

E aí, o que você achou das dicas deste artigo? Para garantir os melhores resultados para a sua empresa, confira também no nosso blog os passos necessários para abrir um negócio de sucesso!