Segundo o Ph.D. Paul Marciano, o segredo para engajar os colaboradores com a companhia — sua missão e propósito — não está na compensação financeira, mas sim em uma cultura caracterizada pela valorização do respeito.

Os gestores, em geral, têm consciência da importância de recompensar os colaboradores pelo seu esforço. Por outro lado, conforme nos aponta Paul Marciano em seu livro "Carrots and Sticks Don't Work: Build a Culture of Employee Engagement with the Principles of Respect", muitas vezes, pequenos benefícios são utilizados para que os colaboradores trabalhem cada vez mais sem que fiquem, necessariamente, mais perto deles ou se sintam engajados com o propósito do negócio. O Ph.D. indica que, pelo contrário, o engajamento acontece quando as pessoas sentem o respeito da organização pelo seu trabalho.

Essa ideia, inclusive, levou o especialista a criar um modelo chamado “RESPECT”, em português, “RESPEITO”. Pensando nisso, e com intuito de auxiliar na promoção de uma cultura do respeito nos empreendimentos, elencamos alguns tópicos explicativos sobre o tema. Não deixe de acompanhar o conteúdo e saber como aplicar esse modelo no seu negócio!

Como o respeito pode gerar mais engajamento?

Um ambiente respeitoso, seja ele corporativo ou não, contribui para um clima harmonioso e colaborativo entre os indivíduos. No empreendimento, o respeito promove a satisfação dos funcionários e a vontade de contribuir para o propósito e a missão do negócio. Nesse sentido, é ele o responsável por engajar as equipes e aumentar a produtividade geral. Ao criar um ambiente cooperativo e interativo, o empreendimento também melhora a comunicação nas equipes e favorece o compartilhamento de experiências.

Quais os reflexos do respeito no ambiente de trabalho?

São muitos os benefícios que o negócio pode perceber ao promover respeito no ambiente de trabalho. Entre eles, o aumento da percepção de pertencimento e, portanto, da satisfação por parte dos colaboradores. Isso, por sua vez, melhora o clima organizacional, ameniza conflitos e promove a cultura do diálogo. Assim, o negócio pode aumentar até mesmo a sua margem de lucro, uma vez que o ambiente de trabalho se torna atrativo e confere motivação para empreender, criar e inovar.

Como criar um ambiente de trabalho respeitoso?

São muitas as medidas que podem ser adotadas para promover um ambiente de respeito e, assim, engajar as equipes no propósito do negócio. Uma das principais é a escuta ativa, pela qual as lideranças se dispõem a receber feedbacks, adiantar necessidades, mediar conflitos e gerenciar crises pela disposição de ouvir atentamente os colaboradores.

Praticar a empatia também é fundamental para compreender profundamente as dores e necessidades da equipe com o intuito de tornar o ambiente cada vez mais agradável e respeitoso. Para além dessas dicas, vale a pena conferir o modelo proposto por Paul Marciano, a fim de assegurar uma cultura do respeito nas organizações. Acompanhe o conteúdo!

Como funciona o modelo RESPECT?

Em inglês, a expressão “carrot and stick” serve como uma metáfora para o uso de uma recompensa inatingível para provocar um certo tipo de comportamento. O termo vem de um aparato que era utilizado para incentivar animais de transporte. O condutor segurava uma vara com uma corda amarrada e, em sua extremidade, uma cenoura. Fora do alcance do animal, frequentemente um burro ou uma mula, a engenhoca fazia com que ele andasse.

Porém, presa à vara, a cenoura também ia para a frente. Resultado: o animal se movia atrás de uma recompensa que não alcançaria pela sua própria ação, mas apenas a partir da decisão do condutor.

Essa metáfora pode ser aplicada para o que acontece até hoje dentro de muitos empreendimentos. A “cenoura” — uma promoção ou um pequeno benefício, por exemplo — é utilizada para incentivar os colaboradores a trabalharem mais, sem que fiquem mais perto dela ou se sintam engajados com a missão e o propósito da companhia.

Com exatamente esse significado, o autor Paul Marciano utiliza a expressão no título de seu livro Carrots and Sticks Don’t Work: Build a Culture of Employee Engagement with the Principles of Respect (tradução próxima de “Cenouras e varas não funcionam: construa uma cultura de engajamento de funcionários com os princípios de RESPECT”).

Para ele, existe uma grande diferença entre motivação e engajamento. O primeiro é temporário e frágil. O engajamento, por sua vez, é caracterizado por um compromisso profundamente enraizado do profissional com seu trabalho, com a organização, a equipe, seu líder e clientes, que aumenta seu nível de esforço e faz com que o colaborador se sinta realizado.

No entanto, Marciano sugere que, na via contrária à da premissa das recompensas estilo “carrot and stick”, o engajamento acontece de fato quando as pessoas sentem que elas e seu trabalho são respeitados pela organização. O conceito levou o especialista a criar um modelo chamado “RESPECT”, em português, “RESPEITO”. Na abordagem do Ph.D, que foi descrita na obra após anos de estudo, cada letra da palavra RESPECT faz referência a um tipo de prática. Confira só:

  • R – “Recognition” (“reconhecimento”): fornecer feedback positivo para o trabalho bem feito;
  • E – “Empowerment” (“empoderamento”): dar treinamento, recursos e autonomia;
  • S – “Supportive feedback” (“feedback construtivo”): dar feedback construtivo da perspectiva similar a de um coach — para tanto, é necessário ser específico, preciso e dar apoio;
  • P – “Partnering” (“parceria”): tratar colaboradores e colegas como parceiros. Compartilhar macro-objetivos com eles e incentivá-los a pensar como administradores da organização;
  • E – “Expectations” (“expectativas”): deixar as expectativas do trabalho dos colaboradores claras e certificar-se de que as entendam;
  • C – “Consideration” (“consideração”): tratar os funcionários com tato, buscar conhecer um pouco de suas vidas pessoais e se esforçar para construir um relacionamento sólido;
  • T – “Trust” (“confiança”): para fortalecer a confiança, é preciso cumprir promessas, dar crédito onde é devido, admitir erros e não microgerenciar.

Promover um ambiente de respeito é a chave para impulsionar o nível de engajamento dos colaboradores. Nesse sentido, o modelo RESPECT criado pelo Ph.D. Paul Marciano pode servir como um norte para que o gestor consiga criar um ambiente harmonioso de trabalho. Segundo as pesquisas utilizadas pelo autor em seu livro, uma cultura de engajamento beneficia tanto os profissionais quanto a companhia. Maior margem de lucro, satisfação do cliente, menor turnover são apenas algumas das vantagens que fazem com que essas práticas sejam fundamentais para um empreendimento sustentável.

E então? Gostou do conteúdo? Agora que você já sabe como o respeito pode ser a chave para o engajamento dos funcionários, não deixe de completar a sua leitura e descobrir como ser um líder de sucesso e deixar o seu legado!