Ser empreendedor é uma construção de todo dia. Constantemente, é preciso tirar dúvidas e procurar entender um pouco mais as coisas que rodeiam o seu negócio. As Instituições Financeiras (IF) podem ser um exemplo disso.
Para administrar o negócio e tomar decisões que realmente sejam corretas, o primeiro passo é compreender o que é confiável e o que se aplica na sua realidade. Já parou para pensar o que é uma Instituição Financeira e qual é a diferença entre ela e um banco? Aliás, você sabe realmente o que o banco faz pelo seu negócio?
Pensando em ajudar você, preparamos este post com diversas informações relevantes para que entenda, de fato, o que são Instituições Financeiras. Nas próximas linhas, vamos esclarecer pontos importantes: o que é uma Instituição Financeira, exemplos, tirar dúvidas sobre as diferenças entre IF e banco etc. Vamos lá?
O que são as Instituições Financeiras?
Instituições Financeiras (IF) são as responsáveis pela captação de recursos e pela concessão de crédito na sociedade. Na prática, é quem realmente empresta dinheiro e oferece serviços focados em empréstimos e financiamentos.
Portanto, não são apenas os bancos que podem ser classificados nessa categoria. Os bancos de investimento, múltiplos e cooperativas, por exemplo, também se enquadram nesse grupo.
Então as Instituições Financeiras não são só os bancos?
Se você pensou em bancos, tem um muito importante do qual deve se lembrar: o Banco Central (BC), que é o responsável pelo controle da inflação no país. Ele se preocupa com as atividades financeiras e, para isso, regula e supervisiona as IFs.
Contudo, respondendo à pergunta: não, Instituições Financeiras não são apenas os bancos. Muitas pessoas, ao imaginarem uma Instituição Financeira, a associam a um banco. No entanto, há várias outras formas de investir o seu dinheiro.
Segundo o Banco Central, existem diversos tipos de Instituições Financeiras: bancos comerciais, bancos de investimento, corretora de valores, distribuidoras de valores mobiliários, entre outros.
Qual é a diferença entre Instituições Financeiras e bancos?
Apesar de algumas semelhanças, há diferenças entre os dois. Na prática, tanto os bancos quanto as Instituições Financeiras concedem empréstimos, e ambos são regulados pelo Banco Central.
As financeiras, por exemplo, podem emitir LCs (Letras de Câmbio). Já os bancos oferecem outras opções, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Porém, a principal diferença entre Instituições Financeiras e bancos é que os últimos têm uma rede de agências e espaço físico.
Não existe pior ou melhor. O que existe é aquilo que se adéqua às suas preferências e às necessidades do seu negócio em determinado momento. Só para ficar claro antes de continuarmos, lembre-se de que:
- LCs — são letras de câmbio. Em vez de o investidor emprestar dinheiro para um banco, ele repassa o valor para as Instituições Financeiras, que, por sua vez, emprestam esses recursos para outras pessoas com juros maiores e retornam aos donos das LCs o valor do empréstimo mais a rentabilidade;
- CDBs — Certificados de Depósito Bancário, que é um título de renda fixa do tipo crédito privado, oferecido por bancos. Na prática, você empresta dinheiro ao banco e é remunerado com juros.
De modo geral, os bancos oferecem possibilidades de empréstimos, como cheque especial e financiamento. Para que essas operações ocorram e ele consiga atender os clientes que precisam de crédito, os bancos tomam dinheiro emprestado pagando juros.
Quais são os tipos de Instituições Financeiras?
Agora que você já sabe o que são essas entidades, é hora de conhecer as principais instituições que são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. A seguir, vamos apresentar mais detalhes sobre cada uma delas. Acompanhe.
Bancos comerciais
Os bancos comerciais podem ser privados ou públicos, ou seja, com o Estado como sócio majoritário. Grande parte da população brasileira utiliza os serviços bancários desse tipo de instituição.
Entre as principais atividades de um banco comercial, há a captação de recursos por meio dos depósitos a prazo e depósitos à vista (contas correntes). Cabe aos bancos a realização da emissão de títulos, tais como os Certificados de Depósito Bancário e as Letras de Crédito Imobiliário.
Enquanto o primeiro título se refere a uma espécie de empréstimo ao próprio banco (CDBs), o segundo representa uma maneira de financiar setores-chave da economia, tal como o imobiliário (LCIs).
Bancos de investimentos
Eles captam os seus recursos por meio de depósitos a prazo, como as LCIs e os CDBs. Em geral, como esse tipo de investimento também costuma ser oferecido pelos bancos comerciais, os bancos de investimentos disponibilizam, com frequência, taxas de remuneração mais atrativas aos clientes.
Tais instituições também são especializadas em operações de participação temporária, financiamentos e administração de recursos de terceiros. Nessa categoria, destacam-se empresas como o BTG Pactual, sendo o maior da América Latina nessa área.
Bancos de desenvolvimento
Conforme estabelecido pelo Banco Central, os bancos de investimentos são instituições controladas pelo governo para apoiar o desenvolvimento de negócios, o que inclui os aspectos social, ambiental ou econômico.
Isso significa que esses bancos devem apoiar iniciativas que geram empregos e levam à redução das desigualdades por todo o país. Existem diversos bancos que atuam em nível tanto nacional quanto regional com essa finalidade. Entre eles, o mais conhecido é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Além do oferecimento de recursos subsidiados, ou seja, com melhores condições e taxas, tais entidades oferecem capital intelectual, humano e social para apoiar projetos com as características que mencionamos. Logo, seu principal objetivo não é o lucro, mas o fomento de empreendimentos que geram algum valor para a sociedade.
Corretora de valores
As corretoras de valores também se tornam cada vez mais conhecidas pelos investidores e são capazes de atender tanto clientes mais conservadores quanto aqueles com perfil mais arrojado que desejam obter maior lucratividade nos investimentos.
Isso é possível porque essas entidades costumam oferecer, por exemplo, tanto a compra e venda de ações na Bolsa de Valores quanto a venda de títulos do Tesouro Direto — um dos investimentos mais seguros do mercado.
As corretoras também costumam contar com serviços de operações no mercado de câmbio, administração de carteiras de investimentos e investimento em fundos.
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
As Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) apresentam alternativas financeiras para investidores, como títulos de renda fixa, cotas de fundos de investimento, ações etc. Além disso, de acordo com o Banco Central, esse tipo de Instituição Financeira pode:
- custodiar e administrar as carteiras de valores e títulos mobiliários;
- fazer o intermédio da oferta pública e a distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;
- operar no mercado aberto;
- instituir, administrar e organizar clubes e fundos de investimento;
- intermediar operações de câmbio.
Assim, se você tem interesse em algum desses serviços, procurar uma DTVM representa uma alternativa. Porém, tenha cuidado ao escolher a Instituição financeira, para ter boas condições no uso dos produtos que oferece.
Bancos múltiplos
Esse tipo de instituição pode ser tanto do segmento privado quanto do público e atua com vários serviços no mercado financeiro. Por exemplo, um banco múltiplo tem potencial para oferecer serviços disponibilizados pelas instituições comerciais, de investimento, de crédito e de financiamentos.
Assim, é possível encontrar uma ampla gama de soluções ao buscar um banco múltiplo, indo desde empréstimos para manter suas operações em dia até encontrar investimentos para rentabilizar o seu dinheiro.
Em geral, boa parte dos bancos brasileiros, principalmente os mais tradicionais, atua como bancos múltiplos. Além disso, tais IFs têm permissão para fazer a captação de capital via depósitos a prazo e à vista. Desse modo, conseguem manter o funcionamento de suas operações.
Caixa Econômica Federal
Um dos principais símbolos de financiamento e acesso a recursos monetários, a Caixa Econômica é conhecida pela maioria dos brasileiros. Com características semelhantes às dos bancos comerciais, ela oferece diversas possibilidades para a abertura de conta, movimentação de recursos ou para atender a necessidades de crédito.
Ela se diferencia das demais instituições por causa do seu enfoque na concessão de empréstimos e financiamentos ligados ao bem-estar da população — geralmente associados a aspectos como moradia, educação, assistência, esporte, entre outros.
Quais são as funções das Instituições Financeiras?
Como vimos, as IFs contam com intermediadores do mercado financeiro. Em geral, existem alguns tipos de Instituições Financeiras:
- instituições contratuais, como fundos de pensão e companhias de seguros;
- instituições depositárias, ou seja, instituições que aceitam tomar e gerir depósitos, bem como realizam empréstimos, incluindo bancos, cooperativas de créditos, sociedades de construção, empresas de empréstimo hipotecário e empresas de confiança;
- instituições de investimento, como corretoras, subscritores e bancos de investimento.
Para que servem as Instituições Financeiras?
Essas instituições exercem importante função no sistema financeiro brasileiro. Por exemplo, por meio delas, pode-se obter financiamentos e empréstimos para manter sua empresa em funcionamento e garantir capital de giro para o seu negócio. Além do mais, existem diversos serviços muito úteis, sendo possível ter acesso a diferentes soluções.
Há possibilidade de obter seguros para proteger seu patrimônio, fazer investimentos para rentabilizar um dinheiro que está parado, oferecer benefícios para seus colaboradores, como uma previdência privada e muito mais.
Portanto, as Instituições Financeiras servem para oferecer diversas soluções e manter um bom funcionamento, trabalhando como intermediárias entre quem tem dinheiro para emprestar e quem precisa de capital para dar andamento aos seus planos.
Como escolher uma Instituição Financeira confiável?
Uma maneira de escolher uma Instituição Financeira confiável é verificar se ela é cadastrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Afinal, para fazer aplicações financeiras, não é preciso ficar refém dos grandes bancos tradicionais.
Inclusive, como citamos, as instituições menores costumam contar com taxas de rentabilidade mais atrativas, justamente para chamar a atenção dos possíveis interessados.
Visto que para adquirir qualquer desses produtos é preciso abrir uma conta na Instituição Financeira, uma dica relevante é consultar o Cadastro Geral de Regulados da CVM antes de tomar uma decisão. Por meio dessa consulta, torna-se possível descobrir se a IF está habilitada para oferecer o serviço que está comercializando.
Quando você coloca dinheiro em uma conta, o que acontece com ele?
O banco é uma instituição que pega dinheiro emprestado e depois empresta esse montante para outras pessoas, normalmente clientes devedores. Para conceder empréstimo a essas pessoas, ele cobra juros. Pensando no seu investimento, você empresta o dinheiro para o banco usar esses recursos e, após um tempo, o valor é devolvido com os rendimentos (são os juros dessa aplicação).
Assim como o banco, a IF também oferece opções de investimentos e, normalmente, uma rentabilidade maior. Porém, ela é focada em fornecimento de crédito, e os bancos podem oferecer serviços múltiplos.
E se as Instituições Financeiras ou os bancos “quebrarem”?
Um dos maiores medos da população brasileira é investir o dinheiro e depois a Instituição ou o banco “quebrar”. Afinal, as pessoas costumam imaginar que, nesse caso, o valor aplicado é perdido.
Pode acontecer uma situação em que várias pessoas queiram tirar o seu dinheiro dos bancos, fazer saques diversos de altos valores no mesmo dia, por exemplo. Caso o banco não tenha esse valor em caixa, pode sofrer uma instabilidade e ficar à beira da falência.
É o que conhecemos como Corrida Bancária. Isso pode fazer o banco quebrar de um dia para o outro. Mas se um banco grande quebra, a economia é altamente prejudicada, e a inflação pode subir em um nível alto e nada saudável para o país. Logo, o Banco Central ajuda os bancos em várias situações.
Para as Financeiras, existe o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ele administra uma proteção para investidores, permitindo recuperar até R$ 250 mil em depósitos ou créditos em caso de falência.
Na Instituição Financeira, portanto, o dinheiro do cliente é simplesmente o dinheiro do cliente. Isso porque os serviços de uma Financeira são baseados em fornecimento de crédito, e os serviços dos bancos são mais variados. Nesses casos, o controle do dinheiro é mais complexo, uma vez que ocorre uma mistura de investimentos em vários serviços.
A IF presta contas para o Banco Central sobre o número de clientes e os valores em caixa, e o Banco Central confere o extrato para ver se tudo está declarado. Por isso, se uma IF quebrar, o dinheiro depositado em nome do cliente também deve ser devolvido pelo Banco Central.
No que é preciso prestar atenção?
Dica: dê uma olhada em alguns números significativos antes de investir o dinheiro do seu negócio — por exemplo, o Índice de Basileia. Ele é um bom modo para saber o risco que você está correndo ao investir em um banco ou IF.
É um índice que mostra o quanto a Instituição possui de dinheiro e o quanto ela está devendo. Dentro do Índice de Basileia, o Banco Central exige um número superior a 11%. Clicando aqui, você consegue conferir a evolução do Índice de Basileia dos bancos brasileiros, assim como outras informações relevantes.
Agora que você já sabe o que são Instituições Financeiras e conhece as principais diferenças entre elas e os bancos, fique atento aos pontos que apresentamos a fim de realizar os melhores investimentos para o seu negócio!
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