Lado a lado a outras medidas que têm o objetivo de tornar o sistema financeiro do Brasil mais moderno, a exemplo do Open Banking e do PIX, o Banco Central (BC) constituiu o PISP. Uma nova modalidade de instituição de pagamento, a finalidade é viabilizar a iniciação de transações de pagamento sem que seja necessário haver uma prévia relação com bancos e/ou outras instituições financeiras.
Lançado no ano de 2021, o PISP (Payment Initiation Service Provider, em Inglês, ou "Provedor de Serviço de Iniciação de Pagamento"), por meio da utilização de APIs, conduz a realização de um pagamento no lugar do consumidor, que, nesse caso, apenas precisa confirmá-la. Ou seja, na prática, é possível, por exemplo, que os usuários façam transferências sem nem mesmo acessar o app do banco e digitar os dados bancários.
Quer entender melhor como o PISP funciona, quais são as suas vantagens, qual é a sua relação com o Open Banking e mais? Então, continue a leitura do post!
O que realmente se pode entender por PISP e de que forma funciona?
O PISP é, na verdade, o resultado da Diretiva de Serviços de Pagamento Revisada (PSD2) e, quando inserido em um processo de compra, acessa a conta do usuário e retira um determinado valor para transferi-lo à conta recebedora. Nesse contexto, o PISP funciona — independentemente do arranjo de pagamentos por trás — comandando a concretização de um pagamento como se fosse o consumidor, que deve confirmar a transação.
Inclusive, a tela de confirmação é visualizada no mesmo ambiente em que o cliente estava quando decidiu fazer o pagamento, seja um e-commerce, seja uma rede social, seja um app de delivery etc. Logo, em resumo, é possível afirmar que a modalidade de pagamento exerce o papel de agilizar esse processo, porém, limitando-se a estabelecer uma conexão entre a instituição provedora da conta do usuário e o pagador, de modo que não faz parte do fluxo financeiro.
Isso quer dizer que, no "percurso" entre a conta pagadora e a conta recebedora, o valor não passa pelo PISP. Assim, a instituição apenas pode movimentar uma determinada quantia, a pedido do usuário, de uma conta para outra, mas não pode fazer uso do valor para outros fins. Nesse contexto, é interessante destacar que, caso o cliente tenha duas ou mais contas, ele poderá escolher de qual delas será feita a retirada.
Quais são as vantagens do seu uso para um negócio?
No caso dos empreendimentos, essa nova modalidade de pagamentos viabiliza a oferta de mais soluções ao público, como o PIX, já citado acima. Nesse contexto, a grande sacada é a fluidez que passa a ser característica do processo e atrai a atenção dos consumidores que já são adeptos ao formato — que representa um dos meios de pagamento principais no país —, mas não estavam satisfeitos com o volume de ações demandadas, por exemplo, nas compras online.
Desse modo, as transações que já eram mais céleres, com o pagamento instantâneo, agora nem mesmo requerem o acesso aos apps das instituições financeiras. No entanto, os benefícios não cessam aí, sendo possível destacar também:
- maior segurança, haja vista que, conforme o BC, as instituições que têm interesse em prestar o serviço de iniciação devem se submeter a um processo de autorização;
- mais independência, já que o PISP permite a condução de pagamentos por meio de distintas instituições, cabendo somente ao cliente autorizar o acessos às suas informações financeiras;
- mais praticidade, pois, ao optar pelo PISP, o seu negócio não precisa mais acessar, por exemplo, um app para executar as suas próprias transações financeiras em razão de a solução ter acesso aos dados bancários do empreendimento, sendo possível, inclusive, fazer agendamentos.
Com o serviço de iniciação, as etapas para a realização de um pagamento por PIX, por exemplo, caem de cinco a sete para somente três, que são, basicamente:
- o direcionamento do usuário que escolheu o PIX como meio de pagamento para uma tela que solicita a autorização para o processo;
- a autenticação da operação por meio de biometria ou de inserção de uma senha;
- a confirmação do pagamento.
Contudo, é importante pontuar que, para o bom funcionamento do processo, é necessário o cadastro prévio.
De que forma o PISP se relaciona com o Open Banking?
O Open Banking — atualmente conhecido como "Open Finance" — é um sistema padronizado de compartilhamento de informações financeiras que tem a finalidade de realizar a descentralização dos dados e permitir que os clientes os levem para onde desejarem. Dessa maneira, possibilita a contratação de produtos e serviços financeiros em instituições diversas, ainda que não exista uma conta em cada um delas.
Nesse contexto, é válido destacar que é por meio de um sistema de "finanças abertas" que o serviço de iniciação passa a ser viável e independente. Isso porque, como os clientes têm controle sobre as suas informações, eles podem compartilhá-las com o PISP. Há, inclusive, uma nota do BC nesse sentido, dispondo, como dito, que:
"Nesse ambiente, a prestação do serviço de iniciação de transação de pagamento independe do estabelecimento de contratos entre o iniciador de transação de pagamento e as entidades detentoras das contas de depósitos ou de pagamentos".
Especialmente para os negócios, essa novidade representa um passo à frente no que tange à transformação digital, mesmo porque, atualmente, uma expressiva parcela da jornada de compra acontece no meio virtual. Além disso, mais do que nunca, a experiência oferecida ao público-alvo vem se tornando tão determinante para o alcance de bons resultados quanto as soluções oferecidas e os preços praticados.
Nesse sentido, é possível já enxergar a nova modalidade como parte da lista de adequações essenciais para a garantia da sustentação das organizações nos próximos anos.
Como visto, o lançamento do PISP — e principalmente a sua unificação com o PIX por meio do Open Banking (ou Open Finance) — pode ser visto como uma novidade altamente benéfica. Inclusive, é esperado que, futuramente, o número de provedores seja exponencialmente maior, já que se acredita que até mesmo as redes sociais, como o Facebook, lançarão os seus processadores de pagamento para que os usuários possam finalizar as suas operações diretamente nas plataformas.
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